quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Amor sem Tamanho

 Amor não tem tamanho, não tem divisão, nem precisa de títulos pra ser sustentado. No nosso pais, onde o amor a times de futebol ultrapassa a barreira do racional, o fanatismo por clubes com tradição e muitos títulos já pode ser considerado exagerado, para os torcedores dos clubes de pouca expressão ele é ainda mais absurdo.
Torcer para um clube sem estrutura, cuja torcida é minúsculo é uma tarefa árdua, que parece aumentar ainda mais o amor de quem torce. Os torcedores de um time grande, nunca saberão o que é não ter noticias do seu clube no jornal, na televisão, na Internet ou no rádio. Acompanhar os jogos do time, apenas pelo rádio, se der a sorte do jogo não coincidir com o horário do jogo de um clube maior. Os torcedores dos pequenos resistem a tudo isso, continuam fieis. Um ato de amor que só o futebol pode proporcionar mas que é engolido pela mídia que massifica apenas um pequeno grupo de menos de vinte times fazendo o mundo de noticias girar apenas em torno deles, algo absurdo e triste, ainda pior quando pensamos em um pais com mais de 800 clubes profissionais, 13 mil times amadores e 11 mil atletas federados.
A vida é complicada para um pequeno ainda mais quando esse em outros tempos ja viveu na elite do futebol nacional, times que tiveram dias de gloria e hoje lutam no ostracismo para voltarem as origens. A lembrança da grandeza prejudica muito ao clube, talvez o amor cegue torcedores e diretores e os façam lidar com os problemas como se estivessem nos tempos áureos com caixa e arquibancadas cheios, exposição na midia e títulos. As contratações continuam sendo altas e tudo e feito como se ainda estivesse no palco principal do futebol. O saldo dessa fantasia saudosista são mais dividas, mais atraso e um buraco mais fundo para sair.
A falta de exposição dos clubes pequenos na midia só os prejudica, sem exposição perdem-se patrocínios, a torcida não cresce, o dinheiro não entra. O comum é que diretores e presidentes trabalhem em troca de nada, ou melhor trabalhem pelo amor ao clube. Ai começa um outro problema: a falta de profissionalismo, a ligação afectiva entre o profissional e o clube acaba atrapalhando as decisões e se torna um outro mal para os clubes pequenos
-Ele é gente boa, escuta a gente sempre, se não escutar nos fazemos o diabo pra ele ir embora daqui(torcedores do Bangu, que conversavam com o técnico do time durante o jogo)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A desilusão celeste

Como uma eliminação pode acabar com a moral de todo um time...
          
No primeiro semestre desse ano, o Cruzeiro apontava como grande candidato a todos os campeonatos que disputaria. Bela campanha no campeonato mineiro e vitórias sobre seu principal rival, o Atlético-MG. A Raposa tinha tudo para brilhar, fez ainda a melhor campanha na primeira fase da Libertadores e encantava a todos com o estilo ofensivo imposto (mais uma vez, cabe ressaltar) pelo treinador Cuca, mas, na noite de 5 de maio, o céu desabou em Belo Horizonte.

Em apenas 5 minutos de jogo, todo o ano pareceu perdido em uma partida que nada lembrou os jogos do início da temporada. O Cruzeiro levou dois gols em pouquíssimo tempo e deu adeus a competição. A derrota fez lembrar outros deslizes brasileiros em Libertadores passadas, tão ou mais vergonhosos, como o Flamengo contra Universidad do Chile em 2010, o Sport Recife contra o Palmeiras em 2009 ou o Fluminense contra a LDU em 2008.

Semelhantes não só a eliminação, mas também o resto dos anos para esses clubes, parece maldição ou praga de Simón Bolívar e José de San Martín aos clubes que abandonam o torneio que leva seus nomes. Após sair da Libertadores tudo vira um inferno na vida dos times, o Cruzeiro esse ano é só o último exemplo. Mesmo times bons que se mantem  após a eliminação parecem se desligarem com o fim da competição. O time celeste manteve a mesma base campeã mineira e eliminada prematuramente na competição, portanto, em teoria, a vida deveria seguir como antes apesar do baque, mas nada deu certo, vieram as derrotas, duas trocas de técnico e pior que tudo isso, o time parece traumatizado, sempre nervoso, todas as coisas que podem dar errado acontecem contra o Cruzeiro(até o Deivid faz gol nele).

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Essa ave não voa

31/10/2009. Pelo campeonato brasileiro, Flamengo x Santos no Maracanã, no lado santista, um camisa 10 aparecia para o futebol (um camisa 10 santista, qualquer que seja, sempre vai chamar atenção. 10 do Flamengo e do Santos, 7 do Botafogo são diferentes, todos sabem), e esse foi o dia em que conheci o pseudo futuro gênio do futebol brasileiro, Paulo Henrique Ganso. Para sorte dele (digo pra sorte dele porque esse não foi só o primeiro contato comigo, mas também com muitos brasileiros), a primeira impressão nem sempre é a que fica, pois nesse jogo Ganso fez a proeza de perder dois pênaltis, que custaram a vitória do seu time. Depois desse episódio pitoresco, Vanderlei Luxemburgo, técnico do Santos na época, voltou o garoto para o banco, onde permaneceu até o começo do ano passado.
No início da temporada de 2010, então juntamente com Neymar, Ganso voltou a aparecer para o Brasil, dessa vez com grandes atuações, aplicando goleadas memoráveis contra times de pouca ou nenhuma expressão. O razoável talento de Ganso como organizador do meio de campo aliado à má fase da seleção (inventada pela mídia) e à ausência de craques com essa característica no Brasil fez com que Ganso fosse coroado como kaiser (perdoe-me Beckenbauer) do futebol brasileiro, logo vieram as comparações enfadonhas: “um jogador cerebral como Gerson” diziam uns, “um novo Zidane, diziam outros” “finalmente alguém a altura de usar a 10 do Santos”. Pois é, sobrou até para o rei.

domingo, 17 de julho de 2011

Um tango para Gardel

Mais uma vez os argentinos verão os uruguaios brilhando em sua casa.
Não, não foi um jogo de primaria técnica, passes precisos, dribles plásticos e gols bonitos. Argentina x Uruguai foi um jogo de nível médio, mas bem divertido de se ver. Os dois gols do jogo resumiram bem o que foi a partida, cruzamentos saindo dos pés dos grandes nomes das equipes, Messi e Forlán, e finalizações simples. No caso do gol uruguaio, outros fatores que mostraram o que foi o time celeste: raça e vontade.
Dos dois lados a ausência de um meio de campo que armasse o jogo foi o fator chave na ausência de boas chances de gol, no jogo todo foram dois ou três no máximo para cada lado. O time uruguaio, ao que parece, já está acostumado a jogar dessa maneira desde a copa do mundo do ano passado. O esquema, muito voltado para marcação, tem no atacante Diego Forlán o cérebro do time, a equipe ainda conta com uma jogada de bola parada forte e um espírito muito guerreiro em campo.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

-"Sei marcar não, professor!" (ou o prelúdio de um vexame)

Depois da copa do mundo do ano passado, vencido pelo timaço da Barcelona Espanha, a mídia brasileira resolveu que o certo para a seleção da CBF seria um time leve, sem volantes marcadores e que jogasse sempre no ataque.
A invenção dessa estória me irrita, não só pelo fato de não fazer sentido taticamente, mas também pelo fato de não ter nenhuma base histórica nas outras conquistas do futebol canarinho e de outros times.
Ainda antes da copa passada, não foram poucos (para não dizer todos) os  jornalistas que exigiram dois moleques, que deram a sorte de jogar bem um campeonato paulista (cuja final levaram um sufoco do grande Santo André), na seleção que disputaria a copa e a saída imediata do time da boa dupla de volantes marcadores Felipe Melo e Gilberto Silva (este, campeão pela seleção em 2002)


Com a derrota do time brasileiro na competição, esses dois meninos logo se transformaram na salvação do futebol brasileiro. Penso eu que Neymar e Ganso deveriam ter uma gratidão eterna a Dunga e Felipe Melo, o pobre judas personificado dessa última copa. Ao primeiro por não tê-los feito participar da campanha derrotada da seleção, que marcaria para sempre suas carreiras, ao segundo por ter dado razão aos comentaristas futebolísticos ufanistas e loucos que defendem que o futebol brasileiro é bom demais para marcar.

No princípio, o verbo

Um desejo antigo...
assim posso descrever essa publicação. Desde que tive o desejo de começar na carreira jornalística tive também a vontade de fazer um blog pra dar vazão as minhas opiniões e devaneios sobre o mundo que me cerca, principalmente o futebol, minha maior paixão.
Espero que todos gostem e comentem, espero mais ainda que o projeto dure bastante tempo e dê certo