31/10/2009. Pelo campeonato brasileiro, Flamengo x Santos no Maracanã, no lado santista, um camisa 10 aparecia para o futebol (um camisa 10 santista, qualquer que seja, sempre vai chamar atenção. 10 do Flamengo e do Santos, 7 do Botafogo são diferentes, todos sabem), e esse foi o dia em que conheci o pseudo futuro gênio do futebol brasileiro, Paulo Henrique Ganso. Para sorte dele (digo pra sorte dele porque esse não foi só o primeiro contato comigo, mas também com muitos brasileiros), a primeira impressão nem sempre é a que fica, pois nesse jogo Ganso fez a proeza de perder dois pênaltis, que custaram a vitória do seu time. Depois desse episódio pitoresco, Vanderlei Luxemburgo, técnico do Santos na época, voltou o garoto para o banco, onde permaneceu até o começo do ano passado.
No início da temporada de 2010, então juntamente com Neymar, Ganso voltou a aparecer para o Brasil, dessa vez com grandes atuações, aplicando goleadas memoráveis contra times de pouca ou nenhuma expressão. O razoável talento de Ganso como organizador do meio de campo aliado à má fase da seleção (inventada pela mídia) e à ausência de craques com essa característica no Brasil fez com que Ganso fosse coroado como kaiser (perdoe-me Beckenbauer) do futebol brasileiro, logo vieram as comparações enfadonhas: “um jogador cerebral como Gerson” diziam uns, “um novo Zidane, diziam outros” “finalmente alguém a altura de usar a 10 do Santos”. Pois é, sobrou até para o rei.